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sexta-feira, 1 de abril de 2016

Entendendo o Sandy Bridge


Introdução

No final da década de 90, empolgada com o sucesso do Pentium III e a possibilidade de produzir processadores com clocks progressivamente mais altos, a Intel cometeu um grave erro estratégico, investindo no desenvolvimento da plataforma NetBurst (Pentium 4) e migrando toda a linha de produtos (dos chips para notebooks aos servidores) para a nova plataforma, sem um plano B. Isso resultou em um quase desastre para a compania, com a Intel passando mais de meia década atolada em processadores ineficientes e beberrões, enquanto a AMD colhia os frutos de sua bem-sucedida estratégia em torno do Athlon 64 e variantes.
As coisas mudaram em 2006, quando a Intel conseguiu colocar no mercado os primeiros processadores baseados na plataforma Core, que combinavam um sólido desempenho e um consumo de energia relativamente baixo. A AMD continuou a ser competitiva entre os processadores de baixo e médio custo, mas passou a ter dificuldades em competir nos processadores high-end, permitindo que a Intel reassumisse a liderança.
Para não cair no mesmo erro, a Intel passou a trabalhar em um sistema de desenvolvimento acelerado, apresentando novas técnicas de produção e novas arquiteturas em anos alternados. Com isso, tivemos o Penryn em 2007 (mesma arquitetura do Conroe, porém a 45 nm), o Nehalem em 2008 (45 nm, porém nova arquitetura), o Westmere em 2009 (refresh de 32 nm no Nahalem) e agora o Sandy Bridge, que mantém os 32 nm dos primeiros Core i3/i5/i7 porém introduz uma nova arquitetura, baseada no uso de uma GPU integrada, que ocupa uma parcela considerável do die do processador:
O Sandy Bridge entra substituindo de imediato os Core i5 baseados no Clarkdale, bem como parte da linha Core i7 no mercado high-end, deixando apenas os modelos baseados no Gulftown de 6 núcleos, que continua a ser o topo de linha dentro da linha da Intel, mantendo de pé o soquete LGA-1366. O Sandy Bridge substitui também os Core i3 baseados no Clarkdale (que serão aposentados assim que a Intel conseguir produzir os novos modelos em volume suficiente) e, a partir da segunda metade de 2011, substituirá também os Pentium e Celeron nas linhas de baixo custo, aposentando o soquete T. Se tudo der certo a Intel voltará muito em breve a ter uma linha unificada de processadores, baseada quase que unicamente em variações do Sandy Bridge, espetadas em placas soquete LGA-1155:
Embora os ganhos práticos não sejam tão grandes quanto pode parecer à primeira vista (a menos que você pretenda comprar o desempenho da GPU integrada com o dos antigos chipsets da família X3000) as mudanças de arquitetura são muito grandes, representando o maior conjunto de mudanças desde o Conroe em 2006. Vale à pena perder algum tempo entendendo todos os detalhes da arquitetura do Sandy Bridge, já que ele servirá de base para os processadores Intel dos próximos anos:
A principal mudança introduzida pelo Sandy Bridge é a integração com a GPU, que assim como no AMD Fusion foi movida do chipset para dentro do processador. Esta foi uma mudança realizada em três fases, começando com a integração da ponte norte do chipset no processador realizada no Bloomfield, seguida pela integração parcial da GPU no Clarkdale (que foi movida para dentro do encapsulamento do processador, mas permaneceu como um chip separado) e sendo concluída no Sandy Bridge, onde a GPU foi finalmente integrada ao die do processador. Um leitor atento vai notar a similaridade com os passos executados pela AMD no Fusion, o que naturalmente não é mera coincidência.

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